domingo, 26 de setembro de 2010

Marketing Verde Très, Très Chic!


No mundo todo, as grandes marcas de luxo sempre foram conhecidas por sua incrível e glamourosa capacidade de lançar tendências. Basta que um acessório, cor ou tecido seja apresentado com sucesso nas passarelas para a novidade ser copiada em pequenas oficinas do interior da China ou nas maiores redes de varejo de roupa dos Estados Unidos. A recente crise econômica que abateu boa parte da economia dos países desenvolvidos e o surto de comedimento gerado por ela, no entanto, inverteram esse processo. Agora, são justamente as grandes grifes que perseguem uma "moda": a da sustentabilidade. Mais do que sentir um repentino amor pelas florestas ou por comunidades de países devastados por guerras e pela miséria, essas companhias foram, digamos, sensibilizadas por uma lógica puramente econômica. Nos últimos dois anos, segundo dados da consultoria Bain & Company, o mercado de luxo sofreu retração de mais de 10% - uma conta de quase 25 bilhões de dólares. A expectativa dos analistas é que as vendas só retornem aos níveis de 2008 em 2012. Para enfrentar esses tempos bicudos, as marcas de luxo encontraram no apelo ecológico e na postura politicamente correta a maneira mais eficiente de fazer com que o consumidor não se sinta tão culpado ao desembolsar uma pequena fortuna por uma bolsa ou um vestido. "O 'verde' tornou-se o novo 'pretinho básico' do setor de luxo", afirma Manfredi Ricca, diretor da consultoria Interbrand em Milão. Entre os jovens, esse apelo é ainda mais eficiente. Uma pesquisa feita pela consultoria Luxury Institute de Nova York com mais de 1 000 pessoas entre 18 e 25 anos de idade mostrou que quase 60% delas buscam informações sobre sustentabilidade antes de decidir a compra de um item de luxo - ante 40% da média dos americanos.O primeiro a aderir ao "luxo com consciência" foi o grupo LVMH, dono de marcas como Louis Vuitton e Dior. Em maio de 2009, o maior conglomerado de luxo do mundo adquiriu 50% de participação na grife de moda Edun. Criada pelo popstar engajado Bono Vox, vocalista da banda U2, a grife nasceu para promover o desenvolvimento em países pobres - o algodão usado nas peças, por exemplo, é cultivado por pequenos produtores da África. No mês seguinte, o grupo rival PPR, dono das marcas Gucci e Yves Saint Laurent, patrocinou um documentário de 1 hora e meia sobre a devastação do planeta, exibido em mais de 100 países. Pouco tempo depois, a joalheria Tiffany enfeitou com corais sintéticos as vitrines de suas lojas em todo o mundo só para deixar claro que não usa corais verdadeiros, hoje sob risco de extinção, em suas joias. Em outubro, foi a vez da aristocrática fabricante de carros Bentley lançar seu primeiro modelo com motor flex, o Continental Supersports, por "módicos" 270 000 dólares - nas últimas semanas, a Lincoln, divisão de luxo da Ford, anunciou que pretende fazer o mesmo. Nessa corrida, algumas ideias beiram a bizarrice. A italiana Ermenegildo Zegna lançou, em 2008, um casaco de couro com pequenos painéis solares nas mangas, utilizados para abastecer uma bateria que aquece a gola da roupa. "A sustentabilidade é a grande aposta das marcas de luxo para continuar crescendo", diz Ricca. "É dessa maneira que elas pretendem se diferenciar dos concorrentes."UMA DAS ESTRATÉGIAS MAIS estruturadas é a da Cartier, responsável pela compra de 1% de todo diamante usado em joias no planeta. A empresa francesa mobilizou o Responsible Jewellery Council, que reúne 150 fabricantes de joias, para convencer todos os associados a exigir de seus fornecedores uma certificação ambiental e social - de modo a garantir que as pedras preciosas utilizadas em suas peças não tenham nenhuma ligação com zonas de conflito, sobretudo na África. "Depois do filme Diamante de Sangue, em 2006, passamos a ser questionados nas lojas a respeito da procedência das pedras", diz Pamela Caillens, diretora de responsabilidade corporativa da Cartier. "Apesar de nossos diamantes não serem provenientes de zonas de conflito, decidimos dar um passo além e mostrar aos consumidores que somos uma empresa limpa."Embora o ímpeto sustentável tenha se intensificado de 2009 para cá, algumas marcas de luxo já se aventuravam numa espécie de marketing ecológico há pelo menos cinco anos. Os resultados, no entanto, foram medíocres. Em 2004, na tentativa de reduzir suas emissões de poluentes, a LVMH diminuiu o número de viagens corporativas e pôs fim ao transporte aéreo de seus produtos. A PPR, por sua vez, alardeou a criação de uma diretoria de responsabilidade social só para cuidar de temas como meio ambien te e diversidade. Uma pesquisa realizada pela ONG ambientalista WWF em 2007, porém, jogou um balde de água fria nesses projetos. No ranking de sustentabilidade da organização, a nota máxima obtida pelas grifes de luxo foi um tímido C+, dado à LVMH, à Hermès e à L'Oréal (a PPR ficou com um D). Nesse grupo de pioneiros - geralmente malsucedidos -, a alemã BMW é exceção. A empresa vem investindo no desenvolvimento de tecnologias limpas desde 1995 e hoje é considerada a montadora com o melhor programa de redução de CO2 pela Federação Europeia para Trans porte e Meio Ambiente. Além de reduzir quase 30% das emissões de seus 27 modelos, a BMW tomou iniciativas como usar gás metano de aterros sanitários para gerar energia para suas fábricas. "A maior parte das marcas de luxo reconhece a importância da sustentabilidade", afirma Jem Bendell, conselheiro do WWF e um dos cria dores do ranking. "O problema é que elas não sabem ao certo como colocar isso em prática."Apesar do engajamento demonstrado pelas marcas de luxo, ainda é cedo para saber se o apelo ecológico veio mesmo para ficar - ou se não passa de mero paliativo para enfrentar os tempos duros. "Como nenhuma dessas empresas revela quanto, de fato, vem sendo investido, fica difícil saber quão comprometidas elas realmente estão", diz Carlos Ferreirinha, diretor da consultoria MCF, especializada no setor de luxo. Nesse caso, o maior pesadelo para uma grife de luxo seria a acusação de greenwash, termo que designa empresas que apenas simulam um compromisso com a sustentabilidade. A Mercedes-Benz pagou um preço alto por fazer uso desse expediente. Em setembro, a montadora anunciou com estardalhaço na Inglaterra sua nova linha de modelos E-Class, com índices de emissão de gás carbônico abaixo de 139 gramas por quilômetro rodado (a nova lei da União Europeia prevê que as emissões sejam reduzidas a 140 g/km até 2012). O que a Mercedes "esqueceu" de avisar foi que isso só era possível em duas das 24 combinações de câmbio, combustível e motor apresentadas pelo carro. O anúncio foi suspenso pela Advertising Standards Authority, o Conar britânico, mas o estrago já havia sido feito. Blogs especializados foram inundados de críticas à montadora. "Comprar um produto 'pintado de verde' é muito mais grave quando se trata do mercado de luxo", diz Ferreirinha. "O consumidor pa ga uma fortuna por um bem graças, sobretudo, à reputação da empresa." O dinheiro, nesse caso, compra a tranquilidade.

Natura reconhecida pela ONU


A Natura ganhou destaque no relatório Talk the Walk, fruto de uma parceria da UNEP (o Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas), Global Compact e Utopies, essa última uma consultoria francesa dedicada à promoção do desenvolvimento sustentável. O estudo, que tem por objetivo mostrar de que forma uma comunicação consistente pode ser eficiente para sedimentar a cultura do consumo consciente no mundo, apontou a Natura como uma das empresas pioneiras no chamado Green Marketing (marketing verde). As outras duas empresas citadas como referência foram American Appareal e Stonyfield Farm, ambas companhias americanas. No caso da Natura, o relatório explora principalmente o trabalho de comunicação da linha EKOS, dando ênfase à iniciativa da marca brasileira de levar suas crenças e valores ao maior número de consumidores possível, por meio de ações de merchandising em programas de TV e novelas de grande audiência.


Evento START – Seminário de Sustentabilidade

A Amcham Porto Alegre e a Net Impact Porto Alegre convidam empresários, gestores e estudantes à reflexão quanto ao tema e provocam líderes ao questionamento: estamos prontos para promover mudanças e prontos para aproveitar as oportunidades oriundas deste novo cenário?



Data: 14 de outubro
Local: Salão Imperatriz, Clube Leopoldina Juvenil, Porto Alegre/RS
Público: empresários e jovens universitários.


As inscrições são gratuitas para estudantes universitários (barbada, hein?) e sócios da AMCHAM e/ou da Net Impact e podem ser feitas aqui.
O evento, além de ser uma ótima oportunidade para aprender mais sobre o tema Sustentabilidade sob a ótica do Empreendedorismo, é também uma excelente oportunidade para ampliar o network.


Mais informações em: http://startsustentavel.com.br

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Marketing Verde, literalmente!

Como todos sabem, está sendo inaugurada hoje no Pólo da Industrial de Triunfo, a fábrica da Braskem, que será a primeira no mundo a produzir polietileno verde em escala industrial. 
Em uma ação de comunicação bem legal, a Braskem pintou hoje a capa da Zero de Hora de verde! Simples, simpático e eficaz!


Mais informações sobre o "Plástico Verde": http://www.braskem.com.br/plasticoverde/principal.html

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

L'Oreal : Sustentável e Discreta


O primeiro passo foi mudar as embalagens. As da linha Garnier de produtos para cabelo agora têm menos plástico. Desde 2008, por exemplo, o PVC, que dá brilho às caixinhas, não é mais usado. Foi trocado pelo polipropileno, um plástico reciclável. Com essa mudança, a empresa economizou R$ 3 milhões.
Além disso, cerca de 40% dos produtos vendidos no Brasil já têm ingredientes naturais. Nos últimos dois anos, 57% dos fornecedores da empresa no País trocaram os insumos do material de divulgação dos produtos. Em São Paulo, 75% das caixas de papelão que transportam os produtos da marca são produzidas a partir do bagaço da cana-de-açúcar. Com a substituição da celulose da madeira pelas fibras do bagaço, mil árvores deixam de ser derrubadas mensalmente, calcula a empresa.
Tais mudanças raramente eram destacadas. Mas em outros países onde a marca francesa atua isso parece estar mudando. A tentativa é mostrar um outro lado do grupo. Um mês atrás, por exemplo, a L'Oréal aproveitou o evento de inauguração de um centro de inovação em Xangai, na China, para lançar um relatório de sustentabilidade com enfoque apenas naquela região, o mercado que mais cresce para ela no mundo. Há poucos meses, também entrou num grupo chamado "Consórcio de Sustentabilidade", que reúne governos, ONGs e empresas focadas em criar um índice de sustentabilidade dos produtos de consumo.
No Brasil, no entanto, a empresa não deve adotar estratégias focadas numa alta exposição dessas ações, como campanhas na mídia. "Talvez não divulgávamos como deveríamos, mas essa é uma decisão institucional", diz Aline Queiroz, diretora de compras da L'Oréal no País.
Segundo Eduardo Tomiya, sócio da BrandAnalytics, a L'Oréal não quer capturar um novo atributo para a marca. Mas quer reduzir a percepção de que ela não estava ligada a esse movimento de ações sustentáveis que alguns rivais locais já exploram há anos.
É o que já faz uma de suas principais concorrentes, a P&G, que numa ação envolvendo a top model Gisele Bündchen, anunciou na semana passada, com algum barulho, a compra de lotes de resina "verde" (polietileno a partir do etanol de cana-de-açúcar) da Braskem. Não foi informado o volume da compra e a embalagem nova chega ao varejo em 2011.
Levantamento do instituto de pesquisa Millward Brown, realizado neste ano no Brasil com 400 pessoas, mostrou que marcas internacionais de cosméticos não são reconhecidas como empresas com políticas sustentáveis por aqui. Segundo o estudo, o principal valor dessas marcas para os brasileiros são os "preços baixos".


Fonte: Supermercado Moderno

Coca-Cola Lança Plant Bottle


A Coca - Cola Brasil, buscando contribuir com o meio ambiente, lançou no Brasil a Plant Bottle, uma garrafa PET que diminui em 25% o CO2 emitido durante a fabricação.O produto tem etanol proveniente da cana como substituto de parte do petróleo e, por ser 30% à base de planta, diminui a dependência de recursos não renováveis. A Plant Bottle é igual a uma PET convencional em relação às suas propriedades químicas, cor, peso e aparência, além de ser 100% reciclável. A empresa espera que, em 2010, a produção das garrafas resulte na redução de uso de mais de cinco mil barris de petróleo. Seu plástico é produzido a partir da reação química de dois componentes: MEG (monoetileno glicol), responsável por 30% de seu peso; e PTA (ácido politereftálico), responsável pelos 70% restantes. As garrafas serão comercializadas em abril, inicialmente nas embalagens de 500ml e 600 ml, no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Recife e Porto Alegre. Está é a primeira vez que a Coca Cola disponibiliza este tipo de embalagem na América Latina, porém todas as Plant Bottles do mundo utilizam o etanol brasileiro em sua fabricação. A cana-de-açúcar provém de fornecedores auditados, que utilizam essencialmente a irrigação natural (chuva) e a colheita mecânica.


Fonte : Portal Exame

Pepsico muda a (bizarra) embalagem de Toddynho

Há alguns meses a colega Fernanda escreveu aqui no blog (nesse post) sobre uma embalagem da marca Toddynho que, apesar de não intencionalmente, comunicava aos consumidores que Desmatar Florestas era “divertido” e “ajudava o planeta”! E, como se não bastasse, ainda continha um erro gritante de português!
Dá uma olhada na embalagem:
                                                  
Bizarro, hein?

O blog Sustentabilidade do Portal Exame foi o primeiro canal de comunicação a trazer a tona essa esquisitice. Por algum tempo, a Pepsico (dententora da marca Toddynho) ficou calada diante da situação, porém hoje, lendo o mesmo blog, me deparei com esse post que muito me agradou! A notícia é de que a Pepsico após ler o post "Pepsi errou feio na nova embalagem de Toddyinho", tratou de corrigir o problema e ainda escreveu uma simpática carta de agradecimento e pedido de desculpas a blogueira Ana Luiza Herzog (autora do blog).
Esse desfecho me agradou bastante; primeiro porque deu resultado e, segundo porque mostrou o poder dos cidadãos, nós, enquanto canal de comunicação (mídia), de influenciar uma situação, mesmo que ela seja à respeito de uma gigante como a Pepsico.
Abaixo a cartinha:
Parabéns a Pepsico que, mesmo que tardiamente, soube contornar bem a situação! E viva o poder das mídias sociais enquanto canais de manifestação!

sábado, 18 de setembro de 2010

Greenwashing nas Eleições 2010

Seu candidato se mostra preocupado com as questões ambientais? Com a produção e consumo sustentável? Com o transporte e o trânsito? Com a reciclagem de materiais? Que bom!

Mas será mesmo que dá pra confiar no que diz? Ou é apenas um discurso para ganhar votos dos mais antenados? Essa prática é conhecida no meio empresarial como Greenwashing (já abordada aqui no blog nesse post), que significa "o ato de enganar consumidores no que diz respeito às práticas ambientais de uma empresa ou aos benefícios ambientais de um produto ou serviço". Ou seja, são mentiras contadas por empresas aos consumidores, através de ações de marketing, para conquistarem uma imagem de "amiga do meio ambiente".

E nessa época de eleições, em que os canditados acabam por se tornar quase "organizações" e suas imagens (Marketing Pessoal) são exaustivamente exploradas, assistimos à várias práticas bem pouco sustentáveis que diversos candidatos adotam para se promover. Algumas como:

- Produzir e distribuir santinhos sem nenhum critério, contribuindo para a poluição das nossas cidades;
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- Fixar cavaletes fora do horário permitido (das 6h às 22h) e ainda em locais proibidos como rotatórias ou a menos de 2 metros de distância do meio fio, que aumentam bastante a chance de acidentes.  Inclusive, indignados com essa poluição visual, um grupo de pessoas vem apoiando o site http://sujosuacara.tumblr.com/ que proclama “Você suja minha cidade e eu sujo a sua cara” e propõe aos leitores que façam desenhos sobre as fotos dos candidatos em cavaletes e cartazes.
                                                                                 (Será que eu posso falar que gostei da ideia?);

- Utilizar carros de som (com frequencia, com jingles irritantes), contribuindo para a poluição sonora;

- Entre outros. (Alguém lembra de mais exemplos?)

Todas essas não são atitudes de quem está realmente preocupado com as questões ambientais, certo?
Por isso, antes de decidir seu voto baseado num discurso ambientalmente responsável, observe nas ruas se seu candidato, além de DISCURSO também tem AÇÕES ambientalmente responsáveis. #FicaaDica

Mais:
Para conhecer a Lei Eleitoral 12.0.24/2009 que regulamenta a propaganda eleitoral